segunda-feira, 28 de abril de 2008

Reflexos de um fim-de-semana incomum (ou de como eu fugi do tema pincipal do blog)

O grande número de pessoas nas ruas de São Paulo durante o fim-de-semana assustou quem está acostumado a ver a cidade de outro aspecto, daquele aspecto normal, sem interação, se contato, mecânico...


O número de pessoas na realidade não foi o que mais assustou, mas sim a forma como essas pessoas interagiam entre si e com a cidade a sua volta.

O post de hoje pode não ser sobre os assuntos que passam na cabeça de uma mulher com TPM, mas é sobre o que passou na minha cabeça por pelo menos 12 horas, durante essa Virada Cultural.


O que eu vi durante o tempo que fiquei na Virada foi talvez o seu objetivo real: a união de pessoas diversas a fim de curtir um pouco a vida e desencanar dos problemas.

Vi pessoas que dão a impressão de ter saído do armário: todos pareciam diferentes, longe daqueles uniformes diários e das roupas comportadas.

Eram pessoas sem medo de mostrar estilo, opção sexual ou tribo. Ao contrário...


Todos queriam ser vistos. E preferencialmente da forma como gostariam de ser vistos sempre...(ou não)
Eu estava na posição que gostaria de estar sempre: uma espectadora das relações sociais e dos eventos da cidade.

Seria difícil agir dessa maneira sempre, principalmente porque o mundo não é receptivo o tempo todo.


Hoje, longe dos palcos de ontem, longe dos grupos sentados no chão, nas praças, nas árvores, eu voltei a ver como a cidade é quando não estamos ligados por um objetivo comum.


São Paulo voltou a feder, voltou a ser ofensiva, voltou a ter as ruas tomadas por carros e não por pessoas como no mar de gente que eu vi ontem no show do Zé Ramalho. Um mar de gente cantando, pulando, suando (eca!!)...

Esse foi um fim-de-semana que me fez sentir de diversas maneiras, até mesmo estranha por ser hetero ou por não fumar maconha.

Estranha também por ter optado em ser apenas jornalista, dessas que analisa as pessoas a distância, com um "Q" de sociólogo.


Gostaria de ter pensado mais no universo TPM, mas isso só me veio a cabeça em dois momentos: em uma apresentação de balé contemporâneo, com bailarinas com ar de anjo que aos meus olhos flutuavam e não tinham ossos no corpo (e seria mentira dizer que não senti uma inveja "saudável" dessas criaturas fisicamente perfeitas); e no show do Ultraje à Rigor, com aquela multidão cantando "Ah, se eu fosse homem...", que me lembrou as muitas vezes que eu gritei esse refrão em um devaneio de crise pré, ou pós, menstrual.


Enfim, gostaria de lembrar da cidade dessa forma, mais sei que cedo ou tarde (infelizmente mais cedo do que tarde) eu vou voltar a me irritar com aquelas pessoas que pensam ter vindo no mundo à passeio.

Essa gente lerda, que gosta de andar devagar e observar a cidade e a vida alheia...

4 comentários:

Unknown disse...

"Essa gente lerda, que gosta de andar devagar e observar a cidade e a vida alheia..."

Só faltou citar o meu nome =P

hahahahahaha

Maria Clara Moraes disse...

hahah.... bom comentario urso!!!
bi... fiquei impressionada, sério!!! seu post me deixou meio sem rumo, pq ficou maravilhoso, mto foda mesmo... nao sei como farei amanha... mas enfim, eh engraçado como esse post revelou um lado seu sensivel e doce que vc esconde um pouco... PARABENS bi... serio, mto bom mesmo, se superou!!!
beijos linda. valeu a pena vc ter postado hoje!!

William Maia disse...

Foda!

Karla Maria disse...

observar SP é um exercício: há de se entregar à loucura, se perimitr sentir o cheiro, ouvir a buzina...mas também a orquestra, a moda de viola, a mpb, é passear por etre aqueles prédios antigos do centro, super e contemplar a história que ainda vive. È ser pós-modernno, nesta cidade cada vez mais barroca, em suas contradições.

beijos Bi....quem é a séria aqui eim!!!