quarta-feira, 16 de abril de 2008

O que vc pensa sobre o aborto?

Uma em cada quatro mulheres latino-americanas já praticaram aborto, no Brasil esta prática é ilegal, com exceção nos casos onde a mulher corre risco de morte ou ainda, em casos de estupro. Fora destes casos, abortar no Brasil é crime e pode levar à pena de um à três anos de reclusão, conforme o art. 124° do código penal. No Brasil cinco milhões de abortos acontecem por ano e destes, apenas 5% são permitidos por lei.

O aborto é uma atividade presente na história da humanidade, entre 2737 e 2696 a.C., o Imperador chinês Shen Nung descrevia o uso de mercúrio para indução do aborto; na Grécia – Aristóteles, Platão, Sócrates e Hipócrates, justificavam o aborto como um meio de limitar o crescimento da população; sendo obrigatório em mulheres acima de 40 anos e facultativo àquelas mulheres que desejassem o aborto.

Na Roma Antiga, o aborto era uma prática comum, até o surgimento de Jesus Cristo, que imprimiu novos valores para a sociedade, sendo a vida o maior deles.
No século XIX, a proibição do aborto expandiu-se com toda força, por razões econômicas, porque o aborto nas classes populares podia representar uma diminuição na oferta de mão-de-obra, fundamental para garantir a continuidade da revolução industrial. Essa política anti-aborto continuou forte na primeira metade do século XX, na maioria dos países europeus, por causa das baixas sofridas na Primeira Guerra Mundial.

Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a década de 60, quando, em muitos países, as mulheres passaram a se organizar em grupos feministas e lutar pelo direito de decidir em continuar ou não uma gravidez.

A gravidez indesejada pode ser resultante de uma série de fatores: falta de orientação sexual, de conhecimento de seu próprio corpo, de maturidade relacional e ainda de responsabilidade com a vida do outro. É de praxe culparmos o governo pelas faltas já elencadas, contudo, a fata de responsabiliodade com a vida não pode ser dirigida ao governo.

Nós mulheres conquistamos o direito a voto, à liberdade na escolha de nossa profissão e de nossos companheiros, deixamos para trás, o ranso de objeto nas relações sociais, para nos tornarmos sujeitos de nossa próprias vidas.

A mulher pós-moderna: a profissional, cientista, dona de casa, mãe, estudante e amante, deseja sentir prazer e por isso passou a desvincular a relação sexual da reprodução humana, junto à esta liberdade de escolha em pról do prazer, a mulher carrega consigo o milagre de gerar a vida, por isso cabe a ela, tomar ciência de sua responsabiidade de trazer para o mundo, pessoas bacanas que modifiquem nossa realidade.


Sou à favor da vida sempre...e gostaria de ouvir das demais mulheres, e homens, por que não? o que pensam em relação ao aborto nas diversas circunstâncias....Obviamente a decisão da mulher será tomda à luz de contextos financeiros, sociais e religiosos...que bom...libere sua complexidade e reflita conosco sobre este tema, que é tãopresente em nosso dia-a-dia.

Beijos
Karla

Um comentário:

Unknown disse...

Sou evangélica desde pequena, sou a favor da vida digna, com condições financeiras e psicológicas de sobrevivência, e seu a favor do aborto, por consequência, de sua legalização, porém, até 8 semanas de gestação.
Alguns motivos me fazem pensar assim, entre eles:
- Enquanto trata-se de um embrião, que a meu ver, é apenas consequência biológica da fecundação, ou seja, um aglomerado de células que não sente, não há que se falar em vida humana;
- Enquanto não há outra vida no corpo da mulher, apenas um amontoado de células, como outras mais, acho que é dela o direito de decidir manter ou não uma gestação;
- Uma criança precisa ser desejada, ser amada, ter direito à uma vida digna, e não ser considerada como penitência de um erro que não foi dela. Se uma mãe, que teoricamente deveria amar o seu filho, não o deseja de forma nenhuma, que tipo de vida esse infante vai levar? Não seria justo condená-lo à uma eterna rejeição.
- Não acho plausível a ideia de que se você não deseja ter aquele filho, deve manter a gestação e depois doá-lo para a adoção. É, do mesmo modo, condenar a mãe e a criança à um sofrimento intenso, até porque a maioria das pessoas que falam isso não estão na fila de adoção e nem entrarão;
- Tratar quem aborta como criminosa e assassina é maximizar a dor de uma decisão tão difícil, é sim ser insensível, é não se por no lugar da outra, é não ter compaixão, é trazer dor a quem realmente sente, é sim, não ser humana;
- Ademais, dizer que eu tenho essa opinião porque estou viva não faz sentido. Estou viva porque minha mãe me desejou. Sou quem sou, pq quando passei daquele estágio celular, tornei-me um feto e comecei a ganhar os primeiros traços da minha personalidade e minha alma. Se minha mãe tivesse abortado aquele amontoado de células, eu não existiria, mas não ia fazer a menor ideia disso. Do mesmo modo, se ela tivesse usado camisinha eu também não estaria aqui e não me doeria por isso, igual àqueles que nunca existiram não se doem.